Cáritas Brasileira ocupa
cadeira de titular como representante do conjunto da Igreja
Na tarde desta terça-feira, dia 17, a presidenta Dilma Rousseff,
empossou a nova gestão do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Consea). A solenidade, que ocorreu no Palácio do Planalto, em
Brasília (DF), contou com a presença dos novos conselheiros e conselheiras,
além de presidentes dos conselhos estaduais, governadores, ministros,
parlamentares, entre outras autoridades como o vice-presidente da República,
Michel Temer.
Jaime Conrado de Oliveira, assessor e membro da colegiada
nacional da Cáritas Brasileira, ocupou, pela primeira vez, uma cadeira de
titular no conselho representando o conjunto da Igreja. Assumiu a presidência
do órgão a conselheira e antropóloga Maria Emília Lisboa Pacheco. Ela é a
primeira mulher a presidir o Consea.
Em
seu discurso, Maria Emília homenageou os povos indígenas, que contam com
representação no conselho por meio de quatro etnias (Tapeba, Kaiowá, Yawanauwá
e Guarani), defendeu os direitos dos povos indígenas e quilombolas e ainda
criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que pretende transferir
do Governo Federal para o Congresso Nacional a competência para demarcar e
homologar terras indígenas e quilombolas.
“Instaura-se
o risco de inviabilizar qualquer reconhecimento de novas áreas. Os conflitos
territoriais e as dificuldades de acesso às políticas incidem em sua
insegurança alimentar. A Chamada Nutricional Quilombola mostra-nos o impacto da
desnutrição das crianças, cerca de 76% maior do que para o conjunto da
população. Para indígenas e quilombolas, a terra é um bem sagrado, que
vai além da simples produção para sobrevivência. É o lugar onde enterram seus
mortos e celebram a vida. É o lugar onde produzem e reproduzem sua cultura,
onde historicamente domesticam plantas e animais e nos deixam um enorme legado
de espécies e variedades que enriquecem a nossa biodiversidade. A terra não é
mercadoria, nem propriedade privada de pessoa física ou jurídica. É patrimônio
coletivo, de todo um povo, de seus usos e costumes, e assim a apropriação dos
seus frutos se dá, igualmente, de forma coletiva, de forma sustentável”,
afirmou Maria Emília que ainda criticou fortemente o uso de agrotóxicos e
transgênicos. “O caminho percorrido historicamente pelo Brasil, com seu modelo
atual de produção, nos levou ao lugar do qual não nos orgulhamos – de maior
consumidor de agrotóxicos no mundo e uma das maiores áreas de plantação de
transgênicos.”
Já Dilma Rousseff
destacou em seu discurso pontos como a presença estratégica do Consea no
combate a fome, a desnutrição e a pobreza extrema no país, uma das prioridades
do atual governo. “O combate à fome e à desnutrição ganhou centralidade, ganhou
importância, ganhou prioridade na agenda brasileira. E com humildade, mas com a
certeza de que contribuímos para isso também na agenda internacional. Porque
essa prioridade transformou-se em ações concretas, em uma política pública,
tanto por parte do governo brasileiro como também dado esse exemplo por parte
de vários organismos para os quais eu tenho certeza que o Brasil, ao longo
desses anos, contribuiu, tanto diretamente através da cooperação, como muitas
vezes através do exemplo”, ressaltou.
por Thays Puzzi, assessora de Comunicação da Cáritas Brasileira / Secretariado Nacional
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